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Corrimentos Cada especialidade médica tem sua estatística de atendimento no que se refere a queixas ou doenças mais comuns apresentadas pelos pacientes. Em ginecologia quatro quadros se repetem diariamente: Irregularidade menstrual Dores pélvicas Corrimento vaginal Prurido e/ou ardência genital Vários diagnósticos são os responsáveis por tais queixas, podendo ter fácil tratamento ou, ao contrário, serem doenças muito sérias. Dentre os 4 tópicos, podemos dizer que a queixa mais comum é corrimento, acompanhado ou não de prurido genital. Nem sempre são estes sinais e sintomas que levam ao atendimento, porém, ao questionarmos sobre o que a pessoa apresenta, talvez a maior parte das mulheres referirá algum grau de secreção vaginal anormal. Algumas apresentam tantos episódios de corrimento que nem comentam mais sobre isso, negligenciando o exame ginecológico periódico e os cuidados necessários. É comum ouvirmos frases deste tipo: “Este corrimento me acompanha a vida toda e nunca fico boa”. Bem, eu penso que alguém que tem secreções anormais durante a vida toda, que ninguém consegue tratar, deveria se preocupar bastante, não acham? O que acontece é que a mulher (algumas) se acostumam com esta situação e só procuram o médico quando sentem algo a mais, como odor fétido ou coceira, sensação de queimação em vulva, vagina, entre as pernas, nádegas ou região perianal. O que é corrimento Na maior parte das vezes o corrimento é sinal de uma infecção. É um sinal que o organismo tenta se defender de um agente agressor na cavidade vaginal. Em todo o corpo, tanto em homens quanto mulheres, temos bactérias e fungos que convivem conosco. Algumas bactérias nos defendem de outras mais agressivas. É o que chamamos flora bacteriana de proteção, como acontece, por exemplo, no intestino e na vagina. Qualquer fator que desequilibre esta flora terá como consequência a substituição do ambiente por outras bactérias ou protozoários e até mesmo fungos, levando a uma infecção. Corrimento vaginal é sinal de problema. Não se deve confundir com umidades normais. Por exemplo: quem não usa pílula anticoncepcional e está em plena fase reprodutiva, com seus hormônios femininos funcionando a todo vapor, é comum apresentar uma secreção, às vezes abundante, no período fértil. Esta é incolor e inodora. No final do ciclo, próximo ao período menstrual é comum a eliminação de pequena secreção espessa, por vezes gelatinosa, amarelo claro ou transparente. Sinais e sintomas a serem considerados A mulher costuma conhecer seu corpo. Quando algum corrimento se instala, é logo notado. Secreções amareladas, esverdeadas, sanguíneas ou branco leitosas devem ser relevadas. Odor desagradável, que não está relacionado com falta de higiene, também é sinal de substituição da flora vaginal normal. Certas infecções por bactérias, como exemplo, a gardnerella vaginalis, e até mesmo protozoários, como o trichomonas, podem produzir gás. O gás é volátil, sendo percebido facilmente, quando a mulher está habituada a diferenciar odor normal do anormal. Quando procurar um médico Até meninas podem ter infecções vaginais, e uma mulher não precisa estar tendo atividade sexual para apresentar corrimentos, portanto até uma virgem ou um bebê precisa fazer uma avaliação com um ginecologista, caso apresente qualquer problema desse tipo. É importante salientar que hoje em dia têm se tornado comuns atendimentos de rotina a jovens, mesmo antes da adolescência, o que evita que uma série de doenças (não só infecções) se agravem, caso fossem detectadas somente na fase adulta. Por vários motivos, e dentro desses está a displicência, a mulher deixa de ir ao médico, automedicando-se, geralmente sem sucesso. Repetem a medicação de outras épocas, como se houvesse apenas um tipo de infecção e um tipo de medicação para a sua cura. As complicações de uma infecção vaginal podem ser drásticas, como é o caso de uma infecção urinária grave. Podem ocorrer infecções uterinas e em trompas, pois muitos germes podem ascender pelo trato genital, levando a esterilidade e até mesmo a cirurgias. Mesmo que não se perceba corrimentos importantes, deve-se ficar atenta a dores pélvicas persistentes, com ou sem febre. O exame ginecológico e exames complementares são imprescindíveis neste caso, pois o diagnóstico pode ser muito difícil. Nem toda infecção vaginal é sexualmente transmitida, se bem que a mulher com atividade sexual está mais predisposta, ainda mais quando ela ou ele tem mais de um parceiro(a). Fala-se muito hoje em dia, até por causa da enorme incidência, em infecção por HPV, papovavírus, o principal causador de câncer no colo do útero. Não é comum apresentar corrimentos quando se tem este vírus. Sendo assim, não é admissível dispensar a visita ao ginecologista por não estar sentindo nada. Uma mulher pode ser muito bonita, mas ela realmente é mais bonita quando preserva a sua saúde ginecológica. Leila Marinho Lage http://www.clubedadonameno.com CRM 52-38501-5
Leila Marinho Lage
Enviado por Leila Marinho Lage em 13/01/2009
Alterado em 09/10/2009
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