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Por um fio (Resenha à moda da casa)
Sou péssima em resenhas, mas esta eu vou fazer!!!
Apesar de eu ter TV a cabo em dois espaços, que ficam sempre desligadas, em meu quarto só pegam canais convencionais e que eu os uso para dormir. Ou seja, sou péssima resenhista porque não tenho paciência para filmes - inclusive em cinemas, pois nesses lugares é um pouco constrangedor cochilar...
Mas eu adoro teatro e é sobre isso que vim falar. Acabei levantando para escrever, antes que eu perdesse a inspiração para comentar sobre a qualidade do ator e do diretor, em um filme transmitido pela TV Globo, que aconteceu esta madrugada.
O filme se chama em português “Por um fio". Em inglês, “Phone booth” (cabine telefônica). O enredo era sobre um jovem publicitário, enrolador e fracassado, que estava telefonando numa antiga cabine para sua namorada, sendo alvo de um francoatirador que ligou para este telefone a seguir, a tempo de o rapaz atender. O diretor foi Joel Schumacher (que, a princípio, nada me dizia).
Uma trama simples, quase cópia de outras que eu cansei de assistir, mas a atuação do protagonista me achamou a atenção, Colin Farrell.
Bem, para resumir a coisa, o publicitário (Stu), foi ameaçado a contar suas sujeiras para a esposa. Ele era casado e namorava a mocinha inocente (enganava as duas). O assassino sabia de cada detalhe da vida de Stu, pois o mesmo sempre ligava do mesmo lugar, sendo, então interceptado. O cara queria porque queria que Stu se humilhasse e confessasse sobre os trambiques que praticava por aí e a traição à esposa.
Como umas prostitutas ficavam nervosas porque precisavam ligar para seus clientes, o cafetão se meteu e tentou quebrar o vidro da cabine, mas o francoatitrador lá de longe meteu uma balinha neste.
O esquadrão de polícia chegou e pensou que Stu era psiquiátrico e que por isso não parava com a misteriosa ligação. Para a polícia quem matou o gigolô foi ele.
O circo se armou na rua e chegaram esposa e a amante. Dezenas de policiais, todos bem treinados, que nem aqui no Brasil, se plantaram nos prédios, à espera de atirar no pobre moço.
A trama toda aconteceu dentro desta cabine e foi supimpa!!! Nossa, que ator! Ele até me emocionou - eu, justamente eu, que acho que são poucos os atores bons.
Stu teve que abrir o verbo a todos, bem ali na rua. Ele confirmou que enganava todo mundo, que era vaidoso, egoísta, safado, sem-vergonha e coisa e tal.
Os policiais só desconfiaram o que estava acontecendo porque o chefe de polícia gostava de fazer psicologia com bandido e chegou à conclusão de que ele não o era, e, sim, uma vítima, sendo ameaçada em tempo real por alguém.
Coisas interessantes:
Andei lendo agora que o filme foi produzido em 2002, mas só lançado em 2003, seis meses depois, por conta de um real franco-atirador de Beltway.
Como o tempo estimado da estória se deu em mais ou menos uns 40 minutos, não dava tempo de chamar quem lesse lábios, né?
Eu estava achando aquilo muito ao estilo de outras películas que já tinha visto, até descobrir que todas foram do mesmo diretor: 24 horas, Linha mortal, Um dia de fúria, Tempo de matar. Assim sendo, eu posso não ser profunda conhecedora de filmes e elenco, mas percebo bem a categoria das coisas. Concluo que este diretor é muito bom, pois de todos estes filmes eu gostei....
O que me prendeu (e pode levar a acessos de fúria dos críticos, tal é a pieguice) foi que Stu, sob ordens do atirador, falou sobre si à sua esposa e a todos da rua bem mais do que estava sendo exigido. Seu autoconceito estava mesmo em baixa e explicava seu modo pedante de ser:
“Eu amo você mais que a vida. Quero resolver tudo, mas não depende mais de mim. Você merece coisa melhor”.
Stu teve que ser acuado, ameaçado, ter medo de morrer ou de alguém morrer, para que se falasse sinceramente e se arrependesse. Por quais crises certos homens precisam passar para chegarem à mesma conclusão?
O filme foi uma tremeda lição de “moral”, uma vingança, mas deu peninha dele. Até a esposa imediatamente o perdoou, quando percebeu que ele podia morrer ali mesmo. Só mesmo uma excelente performance teatral para me convencer...
O fim? Ah, veja quem não viu! Tenho certeza absoluta que, pelo menos, as mulheres vão adorar...
Agora vou dormir em paz, porque graças a Deus foi tudo mentirinha...
Leila Marinho Lage
Enviado por Leila Marinho Lage em 17/08/2009
Alterado em 17/08/2009
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