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Frieira

O verão chega e com ele as micoses de pele. Micose é o nome genérico para se definir uma agressão por um fungo. Muitos fungos existem na natureza, nos animais e em nosso corpo e, dependendo do ambiente e condição orgânica do ser humano, podem nos infeccionar.

Da mesma forma que existem fungos diferentes, existem micoses com características próprias, sendo que alguns fungos têm predileção por certas áreas do corpo. Dermatófitos são aqueles fungos que se alimentam da camada superficial da pele chamada queratina.

Estes fungos acometem qualquer área, até mucosas, mas são mais comuns em couro cabeludo, entre as pernas, púbis, embaixo da barba, mãos, unhas, pés.

Toda micose é contagiosa. Muitos pensam que é no inverno que ela se “alastra”. Em qualquer estação os fungos estão presentes, mas no verão, por conta da temperatura ambiente, a incidência é maior. É o caso da frieira.

Frieira ou pé de atleta



O que vulgarmente chamamos de frieira é uma dermatofitose que se instala nas áreas acima citadas, sendo que a frequência maior é nas mãos e pés, principalmente nas dobras da pele.

O agente causador é um fungo do gênero tricophytum, que está na terra, nos animais, no corpo de outras pessoas e pode nos contaminar.

Fungo adora ambiente quente e úmido, portanto no verão, ainda mais que suamos, o fungo faz a festa... Surge aquela coceirinha gostosa (para alguns), inofensiva no início, entre as pernas ou entre os dedos; depois a pele pode ficar avermelhada, descamar e apresentar fissuras. Se a lesão evoluir, torna-se inflamada e pode haver entrada de bactérias através destes cortes (infecção secundária). Esta é a causa mais comum para a tão famosa erisipela.

Erisipela



A erisipela é a infecção por bactérias (geralmente estreptococo). A porta de entrada para estas bactérias foi a solução de continuidade da pele, causada pela micose, e se disseminaram através da corrente linfática.

Como a frieira é mais comum no pé, a erisipela é mais comum na perna, em pequena ou larga extensão. A perna fica inchada, vermelha, quente e dolorosa. É necessário tratamento imediato com antibióticos específicos, sempre indicados por médico, para que não haja complicação no membro ou infecção generalizada.



Isso tudo por causa de uma simples frieira...
E como evitar?

Primeiramente entender como se propaga a infecção fúngica e quais são seus sintomas e aspecto.

Fazer a prevenção, através de maior higiene com os pés (banho, muito banho...).

Secar os pés e entre cada dedo. Evitar ficar muito tempo descalço, ainda mais com chão molhado.

Culpam sempre a areia da praia, mas é muito mais comum se adquirir o fungo em clubes, piscinas e academias de ginástica (ou afins).

Acho de suma importância atentar para a higiene do seu box ou banheira, onde você toma banho. Tudo que é sujo em nosso corpo vai ser carreado pela água e parar no chão, em nossos pés. Então, lave sempre o chão do banheiro com desinfetante ou cloro.

Seque os pés (não se esqueça entre os dedos, com toalha seca). O ideal é ter uma toalha só para os pés e que estas sejam sempre trocadas.

Pode usar desodorantes próprios após o banho, mas o mais importante é que os pés estejam secos.

Os sapatos abrigam os fungos. Evitem sapatos fechados e, se possível, os coloquem ao sol após uso, ou, melhor ainda, os lave por dentro e os deixe secar.

As meias devem ser diariamente trocadas.

As unhas são excelente depósito destes fungos, pois são a área que possui o maior alimento para eles: a queratina. Se perceberem suas unhas com manchas escuras, brancas, ocas ou mesmo inflamação nos dedos, ao redor delas, pode já estar com micose. Cuide de suas unhas. Mantenha-as limpas por baixo e bem cortadas.

Curiosidades



Obviamente a denominação "pé de atleta" tem a ver com o uso de tênis ou contato constante com a água ou o suor. A micose, quando está na região inguinal, é chamada de coceira de jóquei.

Tabus

Uso de talcos comuns ou pasta d’água para se evitar a micose não é recomendado, podendo, inclusive, propiciar a micose, devido ao abafamento local.

Tratamento

Trata-se esta afecção com medicações antimicóticas de uso tópico (apresentações em solução, talcos ou cremes), podendo até ser necessário uso por via oral. Procure orientação médica, a fim de saber o remédio específico e a duração do tratamento.

Não use antimicóticos profilaticamente, muito menos continuamente, para que não haja futura resistência do fungo, quando ele aparecer. Só se deve usar a medicação se já houver a doença, não por prevenção. A prevenção depende dos cuidados básicos.

Crianças ou pessoas doentes, com baixa de suas defesas imunológicas ou que fazem uso de medicação imunossupressora são as mais susceptíveis. Os homens estão mais propensos, por usarem mais sapatos, mas isto vem mudando ao longo das décadas, devido ao constante uso de tênis, geralmente entre adolescentes que costumam deixá-los extremamente sujos.


Leila Marinho Lage
Leila Marinho Lage
Enviado por Leila Marinho Lage em 12/11/2009
Alterado em 12/11/2009



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