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As Flores de Búzios em Minhas Saudades
Uma homenagem à Armação de Búzios. Segue a série Búzios.
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As Flores de Búzios em Minhas Saudades
Eu queria mostrar teus recantos, Teus encantos, Publicar cenas gloriosas, Mas pra dizer que tu és mais Que lugar de turista, Que tu é meu cais, Meu porto seguro, Com palavras fáceis Recorri a humilde prosa, Como estou humilde ao meu futuro: Torno a pisar teu chão Que ficou anos atrás Preso à minha solidão. Tua grandiosa paisagem Traz o simples, E não revela os teus ares, Que respirei de tenra idade, Que vivi em cada detalhe. Quanto a mente me trás Ficar no regaço Do nascer do sol; De achar um gato; Das flores do mato; De espetar num cactus Meus dedos gastos; De içar um anzol Dos teus mares azuis; Trazer à minha luz - mais que peixes – O passado que guardastes. As cores vivas do chão, Rasteiras da infância, Cada grão de areia, Dando rasteiras na lembrança, Penetram dos pés ao coração. Não podia ser outro dia Senão de chuva, Caindo como uma luva, Caindo como uma lágrima, Benzendo minha chegada. Não seria outro tempo Largado ao vento; Não seria o acaso A nos unir de novo. Tinha que ser meio torto Em momentos revoltos. Eu tinha que esperar O tempo melhorar, Que tudo passa, Com paciência. Um dia atrás do outro. Meu mundo não está morto. Eu tinha que sentir Que tu estavas brigado, Que também ficastes mudado. Melhorastes em muitos aspectos E piorastes no resto. Obrigastes que eu meditasse Que eu voltasse em tempos de criança Para trazeres à paz e à consciência De que mesmo em tempos nublados Não saístes do meu lado. Tua natureza continuou bonita Assim como pode ser minha vida.
Leila Marinho Lage
Enviado por Leila Marinho Lage em 16/12/2009
Alterado em 26/08/2010
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