Clube da Menô

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Textos


Pintura de El Greco (Museu do Prado)

Rio de Janeiro: sobrevivendo às flechas


(O áudio "Leitura para maiores de quarenta anos", sobre o qual escrevo, se encontra no link abaixo deste texto)

Eu, que já realizei vários trabalhos em slides sobre o Rio de Janeiro (capital e estado), poderia fazer uma lista destes PPS para representar a data de hoje, quando se comemora o dia do padroeiro do município, São Sebastião.

Os trabalhos estão publicados e foram produto de muitos momentos bons e de muitas horas de meu trabalho e inspiração, mas a homenagem será ilustrada apenas com um antigo áudio meu, onde recito um texto do amigo Bernard Gontier.

Bernard é paulistano, mas conseguiu dar a ginga (mesmo em ritmo de jazz, pois o fundo musical também é dele) ao que é o nosso Rio.

Rio... Nossa cidade é banhada pela imensa baía de Guanabara. Foi por ela que a cidade se compôs. O primeiro contato oficial com o solo do Brasil, dado pelos portugueses, foi na Bahia, em 22 de abril de 1500; em 1º de janeiro de 1502 a expedição do explorador português Gaspar de Lemos descobriu o que seria séculos depois denominado Cidade Maravilhosa, o Rio (do mês) de Janeiro.

Temos o nome de "Rio" porque os portugueses não faziam distinção entre rio e uma baía do mar. Nada a ver terem achado que a entrada da baía era a foz de um grande rio, pois creio que os navegadores já sabiam desde aquela época que navegar era muito "preciso"...

O município do Rio só foi fundado em 1 ° de março de 1565 por Estácio de Sá, às margens da baía, entre o morro Pão de Açúcar e Cara de Cão, recebendo o nome de São Sebastião do Rio de Janeiro, dedicado a um menino, o então rei de Portugal D. Sebastião, mas também homenageando o santo italiano.



Já fomos a capital do país de 1763 até 1960. Já fomos estado da Guanabara (1960 a 1975), mas antes fomos invadidos por franceses e holandeses. Hoje somos invadidos pela violência, principalmente pelo crime organizado do tráfico de drogas, pelos políticos interesseiros, pela pobreza cada vez maior, por chuvas torrenciais e fatais. Com tudo isso, ainda guardamos belezas incomparáveis, não só nas áreas mais privilegiadas economicamente, mas por todo lugar - que não seja pela natureza, mas também por um povo que no geral é um dos mais carismáticos do planeta.

Quem nasceu no estado do Rio de Janeiro se chama fluminense (do latim flumus: fluvial, que vem do rio. "Carioca" é quem nasceu na capital do Rio de Janeiro. Vem do tupi-guarani: "cari", que quer dizer homem branco e "oca" significa casa. A Casa do Homem Branco, em referência à primeira casa de pedra construída por aqui pelos portugueses.

Todos confundem cidade e estado, por serem homônimos; todos os fluminenses se intitulam cariocas; todos comemoram o Aniversário do Rio no dia do Santo do Rio, uma bagunça...

Mas bagunça maior é levar flechada no coração, insistentemente, como São Sebastião, apesar de sermos fortes, alegres, admirados e (por que não dizer?) invejados...

Ouça o áudio:

No Recanto das Letras:
http://www.recantodasletras.com.br/audios/prosapoetica/10680

No Clube da Dona Menô, meu site:
http://www.clubedadonameno.com/slides/mostra_slides.asp?id=132

Leila Marinho Lage
Enviado por Leila Marinho Lage em 20/01/2010
Alterado em 24/01/2010



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