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Poema em Linha Reta nos Caminhos Tortos
Olá, amigos. Aqui é Dona Menô.
Todo audiovisual realizado por Leila Marinho Lage tem uma história. Indico seus recentes PPS (Poema em Linha Reta), e venho aqui contar a origem deles, o porquê de terem sido realizados.
Abaixo poderão acessar os links. Quem não souber salvá-los, é só me pedir, que eu envio.
É coisa simples, mas tem a ver comigo, a heterônima desta autora. Sim, sou heterônima. Eu devia me chamar Dona Meterônima, mas, aí, iam dizer que eu só falo bobagem...
Sou a única personagem que representa a doc. Fui hippie em certa época de minha juventude, mas acabei entrando no prumo. Tive um filho e me divorciei. Farei bodas de ouro de namoro com Josualdo.
Sou professora de literatura aposentada. OPS! Não é a literatura que se aposentou. Melhor dizendo: sou uma aposentada professora de literatura. Por isto eu afirmo (mesmo sendo heterônima), que:
1 - Foi eu quem fez a doctor.
2 - Fui eu que fiz a doctor.
Sendo assim, gosto de meus colegas heterônimos, esquecidos ao longo das décadas. Fernandinho (o Pessoa) tinha quatro codinomes. Eu sempre quis um PPS com o “Poema em Linha Reta”, assinado por Álvaro de Campos, a identidade mais polêmica do famoso poeta português, mas faltavam fotografias inéditas, as quais teriam que representar linhas geométricas. Lembrei de Lina Marano, apaixonada por fotografias e grafismos, injustiçadamente criticada pela minha criadora, que só gosta de fotografar paisagens...
Era chegada a hora da redenção. Pesquisei as fotos mais adequadas de Lina, publicadas no Olhares, e pedi para que ela as me enviasse. As imagens tinham tudo a ver com o tema.
Fui atrás do texto e descobri uma declamação na voz de Osmar Prado, numa cena da antiga novela “O Clone”, de Glória Perez, transmitida pela TV Globo em 2002. Nossa! Que baita atuação! Eu tinha que usar o áudio, mas enquanto eu o ouvia algo me causou certo prurido genital. Eu percebia que faltavam estrofes e coisas não ditas por Fernando Pessoa. Fui aos livros e confirmei.
Como a arte e o modo de vê-la são uma evolução, entendi que no papel dele, um alcoólatra flagrado bebendo em pleno trabalho, cabia a adaptação. O sujeito se defendia dos colegas literariamente, fazendo uma menção "embriagada" ao poema de Pessoa.
Mas não era o poema... Como toda obra precisa ser propagada (principalmente no mundo virtual) na íntegra, e com os créditos devidos, imaginei que Paulo Autran também tivesse recitado este texto. Era quase certo e acertei: O grande ator “lia” o Poema em Linha Reta na forma correta, porém mais plácida, talvez incompatível com o tema.
Assim, a doctor Leila fez dois PPS: um na voz de Osmar Prado, numa interpretação magnífica e incomparável, e o outro com Paulo Autran, numa irrepreensível e polida leitura.
Poema em Linha Reta é a autocrítica de um homem que se confessa irresponsável, mas com profunda e solitária responsabilidade sobre sua fragilidade moral.
Luiz G. Martins penou um bocado para editar o som e ficar do meu jeito. Também transformamos em vídeo estas apresentações.
Poderão assistir aos trabalhos na minha página do Recanto das Letras, em PPS (zipado):
Com Paulo Autran: http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/3456467
Com Osmar Prado: http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/3456475
NO YOUTUBE: Poema em Linha Reta com Paulo Autran
Poema em Linha Reta com Osmar Prado
Clube da Dona Menô Rio, 23 de janeiro de 2012 http://www.clubedadonameno.com
Leila Marinho Lage
Enviado por Leila Marinho Lage em 23/01/2012
Alterado em 27/01/2012
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