  Inspirada em Demóstenes, grande orador grego, que era meio taibitati, botava seixos na boca e fazia oratórias para o mar, assim lançando a primeira técnica de fonoaudiologia mundial, eu dedico este espaço a uma crônica muito cultural - até rimou...
Falando grego Dra Leila está na banheira tomando um banho com leite de cabras gregas... Ela me fez uma ótima surpresa (ótima?). Trouxe com ela da Grécia uma antiga amiga nossa, Allana Pappataz. Allana é tcheca, de um longínquo país chamado Penysvênia e casou com um grego, Andropouklos Pappataz. Ela é linda e eu sempre tive certa inveja dela. Também, pudera, com tanta química no cabelo, ginástica, tratamentos de pele etc, tinha que ser maravilhosa mesmo... Seu único problema é o mau-hálito. Eu acho que é o chucrute, mas de boca fechada ela passa por uma deusa. E casou com um Deus grego... Uma união do Olimpo. Andropouklos tem uns dois metros (imagina o resto), aquele ombro viril e um rosto talhado em carrara. Por falar nisso, sabem de onde veio a expressão “Cuspido e escarrado”? Do mármore carrara. O nosso povo brasileiro fez uma pequena adaptação. Ser esculpido em carrara significa ser semelhante, ser perfeitamente parecido ou ser bem definido, nos mínimos detalhes. Aí, o brasileiro avacalhou de vez: “Você é cuspido e escarrado o seu pai”. Lindo, não?... Voltando ao grego: Fizemos uma festa para os recepcionar e bolei uns pratos do Mediterrâneo - um jantar com música típica e tudo mais. Quando nos preparávamos pra comer, a música começou a tocar. Lembram do Anthony Quinn em Zorba, o Grego? Pois, é. Andropouklos levantou repentinamente da mesa e começou a fazer aquelas evoluções com os braços, levantando a perna e empenando os quadris. Se não fosse grego, diria que estava incorporando uma pomba-gira, mas grego é grego, né, gente?... E fica sensual pra caramba aquela dança, mesmo com aquele pedaço de macarrão na gola de sua blusa. Meu Deus! Que homem! Eu continuei a comer para esconder a boca aberta. Eu babava e sem querer engoli um endívia, com concha e tudo. Allana perfeita, marido perfeito e jantar perfeito. Josualdo, meu namorado, ficou caladinho o tempo todo, só me sacando. Acho que ele percebeu minha admiração e ficou enciumado. Mais tarde, à noite, quando nós dois íamos dormir, eu ouvi a mesma música do jantar e vi Josualdo pular na minha frente, totalmente nu, dançando que nem Andropouklos Quinn, ou melhor, Anthony Pappataz. Xi! Eu me enrolei toda: Andropuklos Pappataz. Isso! Josualdo parecia uma mistura de sanhaço com cambaxirra, um Adonis na terceira idade. Mas valeu. Ele até pensou que eu gritava de prazer. Na verdade, eu soltava gargalhadas. Esta é a vantagem da mulher: ela pode fingir e, ainda, se sair bem na fita. Pelo menos meu namorado não perdeu a capacidade de me fazer rir... Beijos da Dona Menô 23 de dezembro de 2006 http://www.clubedadonameno.com
Leila Marinho Lage
Enviado por Leila Marinho Lage em 03/05/2007
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