MÉDICA DE CAMAROTE
Em minha vida como profissional em medicina eu já observei (de camarote) certas coisas ao longo de mais de 30 anos de carreira que faria um esperto da Internet ganhar muita grana... Não só na Internet: eu acho que o que eu já vivenciei por aí daria um bom testemunho em algum templo religioso, seja qual religião for. O que eu já vi daria temas maravilhosos para estudiosos em filosofia, psicologia, história e na própria ciência médica.
Uma coisa é estudar e aplicar o que se estudou, na bucha. A outra é observar os fenômenos. Dizemos fenômeno tudo aquilo que não conseguimos explicar. Eu já testemunhei na minha vida certas coisas que não são explicáveis pelos livros. E sabem por quê? Porque os livros relatam experiências de certas pessoas, mas não de todas. Os grandes segredos não são revelados nas edições públicas...
Na medicina descobri que não bastam livros ou estatísticas. Não basta o que vomitam pra gente. Cada pessoa, cada paciente, tem uma arma e uma força descomunal que encaram qualquer estatística. Alguns deles são bem sucedidos, a despeito dos palpites e prognósticos dos entendidos no assunto.
Eu mesma já disse para uma paciente que ela teria menos de um ano de vida. Há mais de 10 anos ela convive com um câncer raro, mas está muito bem obrigada.
Até adotou um filho, que hoje deve estar com uns sete anos. O câncer está lá quietinho, sem nenhuma metástase que a prejudique. A doença não responde a quimio ou radioterapia. Uma grande artista da nossa sociedade já morreu com esta doença, a Hebe Camargo.
E ela? Normalíssima! Não tem nem gripe. Ela tinha tumores imensos no abdome e numa cirurgia teve que retirar muita coisa de dentro da barriga. Ela toma há anos um remedinho por via oral todos os dias, que nem cosquinha dá no estômago.
Ela sobrevive por causa do comprimidinho caro? Claro que não! Quando eu disse pra ela que ela teria pouco tempo de vida, ela simplesmente me ignorou. E fez bem. Ao longo dos anos de minha vida pessoal e profissional deixei de falar isto com tanta veemência para minhas pacientes com doenças graves.
Existem anjos que aparecem de vez em quando em meu caminho e no caminho de certas pessoas. Acho que lá no consultório eles habitam de montão há décadas! Certos diagnósticos e certos tratamentos não dependem de mim, não! Têm mais a ver com quem entra lá na minha sala, podem crer – tanto a paciente quanto o anjo da guarda da vez. Eu apenas sou a captadora da coisa e faço o trabalho sujo, a coisa prática, aquilo que aprendi na escola e na técnica. Mas nunca deixo fechado o espaço ESPIRITUAL, pois este faz toda a DIFERENÇA!
Qual a minha religião? Well, minha mãe nunca me obrigou a seguir qualquer coisa, mas me ensinou sobre tudo e me orientou a escolher assim que eu ficasse adulta. Hoje eu sou NADA e acredito em TUDO!
Existem coisas que se chamam paranormais, mas são apenas coisas que não entendemos. São coisas muito simples. Quanto mais simples é a pessoa mais fácil de tudo acontecer. MUITA FILOSOFIA E MUITA PRESEPADA NÃO VÃO DAR CERTO. A FORÇA MENTAL E ESPIRITUAL EXTRAPOLAM QUALQUER CADERNINHO DE PÓS-GRADUADO, MESMO COM TODAS AS SUAS APOSTILAS POR PERTO.
AS PACIENTES QUE SOBREVIVERAM E SOBREVIVEM A DOENÇAS GRAVES, NÃO SÓ CÂNCER, E TÊM UMA SOBREVIDA MUITO BOA, NUNCA PRECISARAM SE ESTREBUCHAR EM PALANQUES OU FIZERAM ESTRIPULIAS PARA SE SALVAREM. Elas apenas recorreram naturalmente às suas raízes, pois existe algo mais forte que todos nós, que resolve a coisa, que está nas nossas mentes, na nossa personalidade e no nosso passado. Na reta final com certeza isto faz a diferença.
Algumas pessoas são brindadas com doenças ditas letais. Aí, a despeito de todo o nosso conhecimento, as coisas se resolvem. É impossível uma pessoa se livrar de uma doença terminal? O que é terminal? Eu já vi gente morrer de bobeira por causa de infecção urinaria e por viroses comuns, mas também vejo com frequência pessoas superarem a doença câncer.
Outras se vão. Perdi muitas pessoas queridas, mas todas elas deixaram aqui neste mundo suas forças para os que continuam. Tenho certeza ABSOLUTA de que existe um anjo da guarda em meu consultório e na casa de todos. Não sei o nome dele, mas ele se faz faceiro de vez em quando, mostrando que eu não entendo de nada; que eu não sei nada; que eu sou apenas um instrumento precário de ajuda, mas não a força motriz da vida das pessoas.
Leila Marinho Lage
Ginecologia e Obstetrícia
CRM 52385015
Rio de janeiro, 18 de julho de 2015
https://www.youtube.com/watch?v=9r1TjVl
Leila Marinho Lage
Enviado por Leila Marinho Lage em 18/07/2015
Alterado em 11/09/2016