Clube da Menô

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Sexo - Selvagem como o Almíscar

Artigo do Dr Eduardo Flores para o Clube da Dona Menô
www.clubedadonameno.com


Hormônio masculino na mulher?!

Em relação aos hormônios da sexualidade, particularmente a feminina, devemos observar:

Na mulher todo o desejo sexual é derivado da testosterona, seus precursores e subprodutos, principalmente DHT, androstenediona e DHEA.

A endocrinologia e os métodos laboratoriais ainda tentam desenvolver a técnica mais precisa de avaliação destes hormônios na sua forma bioativa. Em face da importância dela na libido de homens e mulheres, discute-se hoje a importância de se repor androgênios em mulheres na menopausa.

Algumas mulheres que se queixam da baixa de libido, melhoram com o uso de tibolona, oxiandrolona ou mesmo testosterona em suas diversas apresentações (injetável de depósito, gel transdérmico, oral ou gel para aplicação no clitóris. A aplicação de gel clitoriano de metiltestosterona parece aumentar o seu intumescimento, bem como sua sensibilidade e, assim, aumentar as chances de um prazer maior).

Todo esquema terapêutico deve ser criteriosamente decidido para não causar efeitos colaterais de “masculinização” nas características femininas.

Menopausa causa diminuição da libido?

Os estrogênios (estrona e estradiol) e progestágenos são produzidos pelos ovários. As supra-renais também produzem estes hormônios em menor quantidade. A estrona sofre alteração enzimática se transformando em testosterona. Desta forma, tanto os ovários, enquanto funcionantes, quando as supra-renais (mesmo após a menopausa) são os moduladores da atividade androgênica feminina, que permite que a mulher mantenha a libido independente de sua realidade hormonal. Entretanto, muitas mulheres podem perceber a diminuição do desejo sexual ao se aproximar ou se instalar a menopausa porque as supra-renais não produzem androgênios tão eficazmente quanto os ovários. Em algumas mulheres, o descenso da testosterona é mais lento e, com a queda acentuada do estradiol na menopausa a libido pode até aumentar um pouco, como acontece com algumas que se sentem mais excitadas na fase menstrual, quando o estrogênio está mais baixo e o androgênio está relativamente “mais alto” ou “eficaz”.

A terapia hormonal para a menopausa pode beneficiar algumas pacientes, mas só o médico especialista pode selecionar o esquema terapêutico mais adequado para este fim.

Quanto tempo dura a paixão?

Importante abordar sobre endorfinas, neurotransmissores cerebrais, opióides, da mesma família da morfina, envolvidos na sensação do prazer, entre elas: paixão, intensidade do orgasmo, desejo e muitas outras.

Em relação ao orgasmo, são as endorfinas as responsáveis pela sensação de "embriaguez” que ocorre após o orgasmo e, nisso, as mulheres são um pouco mais privilegiadas. Ao que parece seus cérebros possuem mais receptores para endorfinas e, talvez por isso, tenham mais fantasias românticas ou vivam orgasmos múltiplos quando se envolvem apaixonadamente.

Por falar em paixão, são as endorfinas seus principais mediadores. Sabe-se que, na maioria das vezes, as paixões duram entre 6 e 24 meses e isto se deve ao fato de que nosso organismo tem uma capacidade limitada de produzir endorfinas e, assim como quando exposto a outros opióides, tem a capacidade de adquirir resistência ou tolerância a eles. Cada vez precisamos de “uma dose maior” para atingirmos o mesmo nível de prazer. Quando nosso organismo não é mais capaz de produzir quantidades crescentes de endorfinas a paixão diminui um pouco ou acaba.

A atração entre duas pessoas envolve um perfil hormonal como os que ocorrem em guerras interpessoais, daí o aforismo que diz: "Amor e ódio andam juntos".

Numa analogia simplista podemos concluir:

A testosterona é agressividade, competitividade, força, ausência do medo, o desejo por sexo;

As endorfinas - os calmantes no prazer, analgésicos, bálsamos, relaxamento;

Estrogênios - o colo, o carinho; o espírito maternal protetor;

Prolactina – hormônio produtor do aleitamento é a alimentação, a vigilância protetora, uma vez que, na maioria das vezes, os níveis elevados deste hormônio impedem a ovulação, levando à infertilidade. A prolactina em níveis elevados bloqueiam as gonadotrofinas, hormônios estes que estimulam os ovários a produzir seus próprios hormônios e a ovulação.

Existe ainda uma outra “classe” de hormônios (?) ou neurotransmissores, que ainda não foram isolados nos seres humanos, mas são bastante evidentes nos animais e, por esta razão, também nós devemos possuí-los - os chamados “ferhormônios” (ou afair-hormônios no inglês). Parece ser eles os responsáveis pela empatia, ou seja, pelo fato de preferirmos uma determinada pessoa em detrimento de outra. Muitas vezes escolhemos aquela que aos outros pode não parecer a mais adequada, que promove aquela sensação de que “nascemos um para o outro”, que nos faz sentir um imenso carinho por pessoas que conhecemos há poucos instantes.

São baseados nos conceitos dos “ferhormônios” que perfumes são criados com o intuito de atrair o sexo oposto. Por exemplo: atribui-se este valor ao almíscar. Talvez em breve possamos isolar alguns destes marcadores e aí, quem sabe, possamos borrifá-lo em quem desejamos e encantar. Veja só que perigo!

Muitos outros neurotransmissores também estão envolvidos, dentre eles podemos citar: a serotonina, a leptina e outros.

A harmonia entre todos os hormônios conduz ao interesse, à paixão, ao desejo, ao amor e permite uma vida a dois, enquanto esta harmonia persistir!

Eduardo Flores
Endocrinologia
CRM: 52 27724/8



Leila Marinho Lage
Enviado por Leila Marinho Lage em 08/12/2007
Alterado em 21/02/2009
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